O pernambucano Marcelo Falcão, 51 anos, é um dos mais experientes árbitros de natação do Brasil em atividade. Aliás, plena atividade: ele é responsável por pelo menos um curso por mês nos últimos 12 meses pelo Brasil, seja a convite de uma Federação Aquática, seja por convite de alguma empresa ligada à natação.
Este ano, atuou no Mundial de Barcelona. Em 2011 foi a Xangai, em outro Mundial, em 2010 a Dubai, além de outros 4 Mundiais, totalizando sete. Já em 2008, atuou na Olimpíada de Pequim. Em menor escala, participou dos Jogos Pan-Americanos de 2007 e 2011, além de Campeonatos Sul-Americanos, cinco etapas da Copa do Mundo (todas realizadas no Brasil) e diversos Campeonatos Brasileiros, de categoria e absoluto. A última competição que atuou foi nos Jogos Escolares da Juventude, realizados em Natal no início de setembro.
Atual diretor técnico geral da Federação Aquática Pernambucana e licenciado em Educação Física pela Universidade Federal de Pernambuco, o Professor Marcelo já está na marca de 100 clínicas ministradas e concilia sua vida agitada de árbitro com a coordenação de esportes do Colégio Santa Maria em Recife.
Sua carreira iniciou de forma amadora, com apenas 13 anos. Aos 24 já atuava oficialmente junto com a Federação Pernambucana. Seu nome é referência na região Norte-Nordeste, mas sua reputação cruza facilmente as fronteiras regionais. Mas nem sempre tem uma competição tranquila em suas mãos atuando como árbitro geral: ele esteve em 2010 naquele fatídico Campeonato Brasileiro Juvenil de Inverno, realizado em Foz do Iguaçu, onde atletas começaram a passar mal por hipotermia. Foi a única vez que como árbitro geral teve que finalizar uma competição antes do programado.
Tivemos um pequeno bate-papo com ele logo depois que voltou de Barcelona:
Quando e por que começou a trabalhar como árbitro? Quem era seu “espelho” na época?
Minha primeira competição como juiz de natação foi em 1975 (cronometrista), na época antes das competições chamavam alguns atletas para ser cronometrista nas competições de iniciantes, na época tinha 13 anos. Mais comecei trabalhar oficialmente na federação aquática pernambucana em 1986. Como sou de Recife e na época eu não ai para competições fora do nordeste não tive uma pessoa que como espelho na arbitragem. O melhor curso que fiz foi 1988 ministrado por José Basilone Neto é isso mesmo curso de arbitragem com Basilone. Foi excelente e aprendi muito. Antes também apitei polo aquático apartir de 1980 até 2005.
Muitos dizem que Olimpíadas e Mundiais são difíceis para a arbitragem, mas me parece que a dificuldade reside em torneios mais regionais, como um estadual por exemplo. Concorda com isso?
Concordo sim, por causa da estrutura das competições, além disso existe uma grande mudanças nos quadros de arbitragem das federações, as vezes temos competições com arbitragem inexperiente.
Na sua opinião, o que é mais difícil de respeitar nas regras de natação – para atletas?
Eu acho que nossos treinadores são excelentes na parte de treinamentos e técnica. Acho que os treinadores e nadadores dereviam fazer um curso de arbitragem ou até mesmo palestra, para entender melhor a interpretações das regras, que é diferente da visão dos treinadores e atletas, com isso eles respeitariam mais as regras.
O que define como erros mais comuns de árbitros recém-formados ou inexperientes?
Os erros mais comuns é no conhecimento das regras e suas intepretações, como também no preenchimento de uma ocorrência (desclassificação) e como é passado o ocorrido ao atleta ou ao treinador.
Sobre a atualização das regras de 2013 a 2017, você é a favor do uso do tal equipamento de auxílio na saída de costas? E sobre a polêmica da golfinhada na filipina do nado de peito, concorda com a reafirmação de que apenas uma golfinhada é permitida?
Sou a favor do equipamento na saída do nado de costas, o meu recéio e quanto a fabricação deste material no Brasil, com certeza teremos alguns problemas no início. Depois da adaptação acho que vai ser de grande valia para os atletas. Sobre a golfinhada do nado de peito lhe digo com certeza o juiz de viradas não tem uma boa visão por ocasião da saída do nadador, quando entra na água o movimento da água impede a esta visualização. Mais acho que a decisão de manter a regra atual foi de bom senso, se fosse aprovada a modificação de dar várias golfinhadas até os 15 metros na minha opinão ai descaracterística muito o nado.
O quadro mínimo de árbitros é definido pela federação aquática – ou confederação – que organiza a competição. O critério para classificação é: tempo automático, tempo semi-automático, tempo manual, juízes de chegada. No entanto, o árbitro geral poderá julgar, se necessário, utilizando uma combinação deles. E sim, critérios diferentes podem ser utilizados numa mesma série, por exemplo para definir o tempo do campeão usando cronômetros e para definir a colocação do 6o. colocado da mesma série usando juízes de chegada.
Estou escrevendo aqui nos comentários pois não sei se consegui enviar pelo canal de dúvidas.
Bom dia Marcelo Falcão, tudo bem?
Tenho três dúvidas e peço que, por favor, o Senhor me responda.
1-) Em um circuito em que seu Regulamento Geral diz: ¨ As etapas da xxx deverão seguir todas as regras da FINA…¨, qual deve ser o quadro mínimo para a arbitragem?
2-) Quais são os critérios de classificação da FINA para a chegada, e qual a ordem utilizada?
3-) Critérios diferentes podem ser utilizados numa mesma bateria para a classificação dos atletas?
Desde já agradeço muito essas informações!
Att.,
Natan
Marcelo sin duda es el mejor Árbitro de Sudamérica y de los mejores del mundo , criterioso, correcto, disciplinado y humanamente hablando una bellísima persona. Es un honor y un agrado trabajar con el en el Arbitraje pues sus enseñanzas son las mejores.