Texto publicado originalmente no Blog do Coach, em 30/05/2019, por Alexandre Pussieldi.
A natação parece destinada a ser sempre a última. Ou pelo menos, um dos últimos. Foi assim na profissionalização do esporte, e parece ser o mesmo no uso do vídeo para a arbitragem das competições.
São dezenas de esportes que já usam em profusão o sistema de vídeo para interpretação e disputa de questões relacionadas a arbitragem e possíveis infrações. Na natação, o tema foi motivo de uma grande discussão no Congresso da FINA no Mundial de 2013, em Barcelona. Na época, numa tumultuada e suspeita votação a introdução do vídeo análise para as regras foi rejeitada.
Mesmo assim, a USA Swimming adota desde 2007 um sistema de vídeo que é utilizado nos campeonatos nacionais e seletivas americanas. O modelo inclui cerca de 40 câmeras espalhadas nas oito raias e uma sala de controle para análise. As desclassificações são todas feitas pela arbitragem na piscina e somente checadas pela sala de controle. Ou seja, o sistema de vídeo pode reverter uma decisão tomada na borda pelos árbitros, mas não pode chamar uma desclassificação sem ter sido vista pela arbitragem.
Os americanos também incluiram tal procedimento no Pan Pacífico e vem sendo utilizado desde a edição de 2010.
No próximo mês, o NCAA e seu comitê técnico irá discutir a inclusão do sistema de vídeo nas competições universitárias americanas. A discussão é apenas para o uso no controle do limite de 15 metros para evitar a interpretação subjetiva dos árbitros no controle da subida dos atletas após o trabalho submerso. Se aprovada, o sistema de vídeo será aplicado nas conferências e nos campeonatos nacionais das três divisões já a partir da próxima temporada.
Enquanto isso, na FINA, cri cri cri cri cri…
Nota do Árbitro: essa notícia é de 2019 e em 2020 já houve entendimento na FINA para implantar o “VAR Aquático” em futuros campeonatos mundiais e Jogos Olímpicos.